O CRISTÃO E O CRISTIANISMO ENFRENTAM UM GRANDE DESAFIO
O apóstolo Paulo temendo que o
jovem Timóteo se envolvesse com falsos ensinamentos de falsos profetas que se
infiltram na igreja de Cristo disse:
“Mantém o padrão das sãs palavras
que de mim ouviste com fé e com o amor que está em Cristo Jesus”. 2 Timóteo
1:13
O que o apóstolo temia no
primeiro século da igreja cristã está acontecendo com mais intensidade no
século XXI. Outrora a igreja lutava com ataques externos que atingiam a igreja
de Cristo com perseguições. Hoje a igreja de Cristo tem sido minada de forma
sutil e intelectualmente, internamente com líderes e falsos profetas que tem
usado o nome de Cristo como um marketing para um crescimento de empresas
disfarçadas de igreja.
Como podemos definir o
cristianismo em nossos dias?
Olhando para os cristãos em
nossos dias percebemos que existe uma grande diferença. Antes se conhecia um
crente pela sua aparência, o modo de vestir, sua honestidade, sua humildade,
seu temor e conhecimento sobre a Palavra de Deus. O cristianismo não era
pragmático, legalista, ganancioso, arrogante.
Os cristãos espalhados pelo mundo
inteiro que estão entrelaçados com todo o contingente de uma sociedade humanista
deveriam se destacar pela diferença. Essa diferença tem sido absorvida pelo
sistema avassalador do mundo. Então, na igreja contemporânea, não conseguimos distinguir
quem é quem se diz, e quem não é cristão. Os valores inversos do mundo têm sido
adotados sutilmente pela igreja cristã.
Será que fomos chamados para
sermos iguais ao mundo, moldados nele? (Romanos 12:1,2).
Será que nosso desafio é
descobrir um jeito de sermos cristãos com o padrão do mundo? Com o mesmo
linguajar, as mesmas roupas e os mesmos pensamentos, a mesma música, o mesmo
caráter, o mesmo “alimento”, a mesma “bebida”. Mas, é justamente isso que
acontece na igreja contemporânea. Quantas vezes já ouvi alguém dizer: “é melhor
trabalhar com descrentes do que com crentes”.
Quantas pessoas que se dizem
cristãs tem sido encontrados bêbados, praticado adultérios, fornicando,
mentindo, envolvidos com transações ilícitas nas empresas e na política?
Por que a imagem dos cristãos
está tão deturpada?
Podemos deduzir que o grande
contingente que fazem parte da maioria das igrejas no ocidente tem tido um
crescimento ínfimo no conhecimento da Palavra de Deus, nas Escrituras, e com
isso contemplamos este quadro degradante dos “embaixadores” de Cristo.
Outro fator importante, de acordo
com alguns teólogos, é que a imagem do cristão em nosso continente tem sido desacreditada
devido de como os mesmos, aprenderam sobre a doutrina do amor de Deus. Amar a
Deus é a principal função do cristianismo e é dessa forma que adquirimos o caráter
de Deus. O amor de Deus abrange primeiro Ele próprio e depois sua criação. Mas,
o evangelho apresentado àqueles que se converteram no último meio século tem
ensinado que a liberdade cristã é leviana e deturpada porque todos aprendem que
amor de Deus nos concede fazer qualquer coisa, em função dessa “liberdade”,
mas os "mestres" esquecem de apresentar que o amor de Deus é constituído também de
correção, disciplina e também de graça. Os cristãos de hoje perderam o temor por
Deus, pois a banalidade de um evangelho barato apresentado de forma unilateral
tem formado uma fileira de pseudos-cristãos. A unilateralidade dá-se por conta
da apresentação de um deus somente amoroso que aceita a todos de qualquer forma sem um verdadeiro arrependimento de seus pecados.
O líder das igrejas de um evangelho
pragmático esquece-se ou não quer apresentar o Deus que além de ser amoroso, é
justo e trata seus filhos rebeldes e teimosos com ira e correção e isso não deixa
de ser amor. O resultado desta tão grande falha resulta em cristãos que não entendem
nada do evangelho e ainda assim se dizem cristãos.
Os puritanos do século XVII foram
chamados assim pela busca de uma vida de pureza. Na tentativa de reformar a
igreja da Inglaterra, os puritanos tiveram que fugir da perseguição da igreja
comandada pela monarquia que era contra a reforma, nesse interim surgiu nomes
importantes que marcaram história do cristianismo e da igreja, homens como John Bunyan
que ficou 12 anos na prisão por pregar o evangelho e escreveu o clássico: “o
peregrino”, John Owen conhecido como o “príncipe dos puritanos”, pastor e
capelão do exercito inglês, publicou a melhor obra teológica e doutrinária da
Inglaterra em 24 volumes e Richard Baxter pastor e prolifico escritor.
Durante os dois séculos subsequentes,
XVIII e XIX, os puritanos foram absorvidos pelos reavivamentos na Europa e Estados
Unidos, após a reforma os padrões rígidos
e profundos dos puritanos foram esquecidos e até criticados. No final século XX
e no início do XXI, vemos as preocupações por um novo reavivamento com a volta do evangelho
puro e simples, então os escritos dos puritanos e suas vidas na busca da pureza
ressurgiram como um legado que serve de aprendizado para uma nova reflexão que
começa ser mais discutidas por causa do aumento presencial e notório do
cristianismo longe do evangelho da graça. Cristianismo esse com uma nova
roupagem que surge no continente americano e se transferem com grande
intensidade na América latina e no mundo, tornando-se um cristianismo muito
abrangente, mas muito superficial.
Temos visto certa preocupação crescente e louvável de
alguns grupos de cristãos que tentam abrir os olhos de outros cristãos para
comporem as fileiras do exercito de Cristo para combater o falso cristianismo
que tem sido difundido por inescrupulosos pastores e pastoras, bispos e bispas,
“apóstolos” que têm uma visão direcionado somente para seus próprios interesses.
Quando Paulo foi visitar Corinto,
ele esperava encontra-los vivendo em harmonia uns com os outros:
“Temo, pois, que, indo ter
convosco, não vos encontre na forma em que vos quero, e que também vós me
acheis diferente do que esperáveis, e que haja entre vós contendas, invejas,
iras, porfias, detrações, intrigas, orgulho e tumultos”. 2 Coríntios
12:20
Pense nisso!
Pastor Edson Sobreira Alves
Igreja Batista Regular de
Mangabeira – João Pessoa.
Comentários