SAGRADO E PROFANO, UMA VISÃO CRISTÃ DAS CIÊNCIAS DAS RELIGIÕES
O fenômeno da religiosidade
mundial, leva à necessidade de estudo sobre este fenômeno. Os recentes estudos
sobre a ciência da religião abre um leque para uma visão de uma grande
diversidade da religião na história da humanidade. Podemos entender que os
estudos recentes são uma pequena cosmovisão de uma realidade complexa que
envolve o homem na busca de sua própria realidade. O homem naturalmente é um
ser religioso por ser um ser social. As diversas formas de adoração que
surgiram ao longo de sua existência mostram essa necessidade. O homem em sua
totalidade ainda não encontrou a verdadeira forma e o verdadeiro motivo de sua
necessidade de adorar algo superior a si próprio. Como um cego tentando achar
um caminho que o leva a um objetivo real, o homem fica atirando para todos os
lados tentando acertar o alvo. Através de seus próprios sentidos, ele direciona
aquilo que acha que é verdadeiro para ele, mas sempre isso é direcionado para
sua própria satisfação. A verdadeira adoração não busca nossos próprios
interesses. Enquanto o homem não for tocado pelo seu próprio Criador (Deus) ele
não enxergará o alvo. Então, ficaram buscando adoração naquilo que entende e
que vê.
Na introdução de seu livro “O Sagrado
e Profano” 1992, Mircea Eliade fala da nulidade do homem de ser não mais do que
uma criatura e dá o exemplo de Abraão falando com Deus pouca da destruição de Sodoma
e Gomorra, Eliade cita Genesis 18:27, isso não significa nulidade, mas na
realidade somos realmente cinza e pó, Moisés está falando do corpo após a
morte. Ele não vale mais pra nada, ele se transforma em pó que corresponde de
onde fomos constituído do pó da terra. Todos os componentes da terra constitui
o corpo humano isso é pura ciência. A qualidade do homem não deve ser baseada
somente em sua matéria que um dia se acaba e vira pó.
Eliade falando
sobre a hierofania não entende que quando o homem adora a criação (elementos da
natureza), como pedra ou árvore, mesmo tentando mudar o direcionamento real do
material, o homem pode dizer: “a pedra ou a arvore é uma representação”, ele
acaba depositando toda sua confiança no objeto inanimado, como projeção do
sagrado, mas isso, sendo indireto, acaba tornando-se direto, eles estão deixando
de adorar o Criador. Não há necessidade de adorar a natureza, pois a verdadeira
adoração tem que ser direcionada àquele que fez todas as coisas. O homem sente
a necessidade de adorar algo, mas sua adoração é deturpada porque a natureza não
tem superioridade sobre nós.
Não podemos
separar o homem inserido na sociedade aparte do homem religioso, todo o homem é
religioso, o ateu é religioso.
Eliade ao citar
outra passagem bíblica tentando mostrar o espaço utilizado pelo o homem
sagrado. Ele cita um contexto histórico que antecede a libertação do povo judeu
da escravidão do Egito. Deus chama a atenção de Moisés (Êxodo 3:5) mostrando
seu poder e a separação de um Ser transcendente que se torna imanente, assim voltando
a se comunicar com sua criação, intercedendo diretamente na história. Em outra
passagem, Jesus falando com a mulher samaritana (João 4:7-30), ele diz que não há
lugar específico para adoração nem neste monte nem em Jerusalém adorais o Pai.
Isso mostra que também o homem está equivocado em separar lugares e objetos
sagrados para a adoração.
Pastor Edson Sobreira Alves
Igreja Batista Regular de Mangabeira – João Pessoa –
PB.
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